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Celebridades e anônimos se juntam em defesa de animais abandonados e incentivam a adoção - Publicada no jornal Pampulha - Por Letícia Murta
Um cachorro deitado em um canto da rua, maltratado e desnutrido. Uma cena comum nos grandes centros urbanos. Tão corriqueira que não chama a atenção da maioria das pessoas. Mas foi justamente deste cenário que surgiu o melhor amigo do repórter do programa "CQC" Danilo Gentili. Passando de carro com a mãe, o repórter viu o cachorro imóvel e se aproximou para socorrê-lo. O cão havia sido espancado e teve lesões que o deixaram paralítico. Hoje, recuperado, Dentinho usa uma cadeira de rodas adaptada para animais e alegra a vida da família Gentili. Dentinho ganhou um lar e os inúmeros animais abandonados, um defensor. "Tem um monte de animal precisando de alguém para cuidar, para que comprar? Eu acho que isso é muita frescura."
O humorista faz piada com quase tudo, mas leva muito a sério a causa animal. Danilo, que já adotou outros animais com necessidades especiais, tem posicionamento severo com relação à venda de bichos. "Para mim é baixaria vender animal. Quem vive disso então, considero um erro. Prender um animal em uma gaiola, tirá-lo da mãe e vender? Poxa, vai trabalhar!", afirma.
Conscientização
Gentili não está sozinho na luta. Rejeitados por muito tempo, os famosos vira-latas ganham espaço nos lares e corações. A causa se fortalece a cada dia e personalidades do mundo todo assumem sua simpatia pelos animais de rua. Além de optarem pela adoção no lugar da compra, artistas e celebridades vestem a camisa para conscientizar sobre a importância da causa.
A cantora Fernanda Takai, além de apaixonada por bichos, é uma protetora assumida de animais. Engajada na causa, Fernanda adotou duas cadelas, Branquinha e Tatá, da Organização Não Governamental Cão Viver e espera que o aumento da visibilidade dos abrigos e ONGs possa sensibilizar novos adotantes. "Minha sugestão é as pessoas visitarem um abrigo. Com certeza vão pensar mais antes de escolher um bicho de estimação. Além de ganhar um amigo pra toda a vida, nos tornamos um elemento multiplicador dessa ideia", afirma.
A vocalista da banda Pato Fu acredita que a consciência da importância da adoção está no conhecimento do sofrimento e privações a que os animais sem donos são submetidos. "No passado, ganhei bichinhos de presente e comprei também, mas, desde que adotei as cachorrinhas que tenho, me comprometi em não mais comprar qualquer animal. Há muitos deles precisando de uma casa e carinho. Quando a gente visita os abrigos, fica muito tocada com a necessidade que existe de mais gente adotar esses seres que geralmente são as melhores companhias que podíamos ter", disse.
Anjos anônimos e célebres pela causa
Artistas como Miguel Falabella, Isis Valverde, Hebe Camargo, Betty Gofman, Sheron Menezes e os internacionais Paris Hilton, Sandra Bullock, Justin Bieber e Drew Barrymore adotaram animais sem raça ou com necessidades especiais . Em blogs, redes sociais e revistas, esses artistas declaram a paixão pelo seus animais e contam histórias que poderiam ter um final triste, mas foram o início da construção de amor e amizade entre humanos e animais.
Mas nem só de famosos vivem os animais de rua e anjos anônimos são responsáveis pelo resgate e encaminhamento de um novo lar para centenas de bichos. O brasileiro é apaixonado por cachorros e o país tem a segunda maior população de cães domesticados do mundo, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet). Os adoradores do animal chegam a pagar mais de R$ 1.000, dependendo da raça e do pedigree. O problema é que existem outros 20 milhões de cachorros que vivem nas ruas, segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde.
Amor
Atuante na causa há mais de 20 anos, Carla Roberta Magnani faz parte do Grupo SOS Bichos, uma união de protetores de animais de rua, e atua também na educação e conscientização pela guarda responsável de animais. O grupo está em vias de se tornar uma Organização Não Governamental (ONG), mas enquanto isso não acontece realiza trabalhos para cuidar de cães e gatos abandonados e, muitas vezes, doentes e feridos para, depois, encaminhá-los a um lar.
Carla conta que quando as pessoas tomam conhecimento da verdadeira situação de abandono de cães e gatos, a comoção muda a maneira de pensar. "Na maioria das vezes, as pessoas querem um determinado padrão de cão ou gato, mas ao se deparar com tantas opções para adoção, alguns critérios como sexo ou aparência física ficam de lado e uma pessoa que queria em princípio uma fêmea, pode adotar um macho", garante. De acordo com ela, a ONG só consegue ajudar os animais porque conta com a colaboração financeira e a dedicação de voluntários. A artista plástica Cecília Delfim, 49, se comoveu com a situação dos animais à espera de um lar e passou a integrar a ONG Cão Viver como voluntária. A artista ajuda no banho dos animais, limpeza do local e ajuda a cuidar dos cachorros doentes. Convivendo com mais de cem animais, a artista não resistiu à adoção. "Vi uma linda cadelinha marrom de olhos verdes dentro de uma gaiolinha separada, foi amor à primeira vista, como era fofa!", lembra.
A empresária Patrícia Carvalho recolhe animais na rua e, depois de castrar, vacinar e tratar possíveis doenças, disponibiliza os bichos para a adoção. Como nem sempre consegue lar para os peludos, Patrícia hoje possui seis cachorros em casa e conta com o apoio da mãe, Solange Carvalho, para resgatar e oferecer amor. "Todos os animais que estão conosco, tínhamos a intenção de arrumar um lar, como já fizemos com vários, mas como eles exigiram maior cuidado por estarem bastante doentes, ficamos com eles por mais tempo. Quando eles já estavam recuperados e saudáveis não tivemos coragem de colocar para adoção", conta.
Maus tratos
Amante de cães, a administradora de marketing Adriana Torres, 38, optou pela adoção de uma vira-lata que foi abandonada na porta da casa de uma amiga. A cadela Meg, que chegou subnutrida, com parasitas e triste, hoje tem dois anos e é a alegria da casa. "Aprendi que, assim como nós, o que vale é a essência desses seres, não a raça inventada pelo ser humano. Graças a Meg, hoje sou totalmente contra o comércio de animais, pois percebo que este é um dos maiores culpados pelo abandono e maus tratos que eles sofrem ao se tornarem objetos comercializáveis na visão das pessoas", garante.
A jornalista e publicitária Cláudia Amaral, 26, não estava pensando em adquirir um novo animal, já que possuía uma rotweiller, a Ghaya, mas o destino colocou à sua frente uma cena de abandono e crueldade. Realizando um trabalho em Lagoa Santa, Cláudia presenciou uma garota jogar um filhote de cachorro no bueiro. Correu para salvar o bichinho e acabou ficando com ele. "Passei o dia todo com a pequenina, dei água, dei um pouco de comida. A cachorrinha parecia ter alguns dias e estava muito fraca. A levamos ao veterinário e descobrimos que, além dos vermes e da desidratação, ela estava com uma anemia profunda", lamenta. Cláudia conta que ficou com a cadelinha, que foi adotada por toda a família, inclusive pela rotweiller. "Com tratamento, a Shiva está aqui em casa, saudável e sempre muito agitada", comemora.
Encontre seu amiguinho online
O humorista faz piada com quase tudo, mas leva muito a sério a causa animal. Danilo, que já adotou outros animais com necessidades especiais, tem posicionamento severo com relação à venda de bichos. "Para mim é baixaria vender animal. Quem vive disso então, considero um erro. Prender um animal em uma gaiola, tirá-lo da mãe e vender? Poxa, vai trabalhar!", afirma.
Conscientização
Gentili não está sozinho na luta. Rejeitados por muito tempo, os famosos vira-latas ganham espaço nos lares e corações. A causa se fortalece a cada dia e personalidades do mundo todo assumem sua simpatia pelos animais de rua. Além de optarem pela adoção no lugar da compra, artistas e celebridades vestem a camisa para conscientizar sobre a importância da causa.
A cantora Fernanda Takai, além de apaixonada por bichos, é uma protetora assumida de animais. Engajada na causa, Fernanda adotou duas cadelas, Branquinha e Tatá, da Organização Não Governamental Cão Viver e espera que o aumento da visibilidade dos abrigos e ONGs possa sensibilizar novos adotantes. "Minha sugestão é as pessoas visitarem um abrigo. Com certeza vão pensar mais antes de escolher um bicho de estimação. Além de ganhar um amigo pra toda a vida, nos tornamos um elemento multiplicador dessa ideia", afirma.
A vocalista da banda Pato Fu acredita que a consciência da importância da adoção está no conhecimento do sofrimento e privações a que os animais sem donos são submetidos. "No passado, ganhei bichinhos de presente e comprei também, mas, desde que adotei as cachorrinhas que tenho, me comprometi em não mais comprar qualquer animal. Há muitos deles precisando de uma casa e carinho. Quando a gente visita os abrigos, fica muito tocada com a necessidade que existe de mais gente adotar esses seres que geralmente são as melhores companhias que podíamos ter", disse.
Anjos anônimos e célebres pela causa
Artistas como Miguel Falabella, Isis Valverde, Hebe Camargo, Betty Gofman, Sheron Menezes e os internacionais Paris Hilton, Sandra Bullock, Justin Bieber e Drew Barrymore adotaram animais sem raça ou com necessidades especiais . Em blogs, redes sociais e revistas, esses artistas declaram a paixão pelo seus animais e contam histórias que poderiam ter um final triste, mas foram o início da construção de amor e amizade entre humanos e animais.
Mas nem só de famosos vivem os animais de rua e anjos anônimos são responsáveis pelo resgate e encaminhamento de um novo lar para centenas de bichos. O brasileiro é apaixonado por cachorros e o país tem a segunda maior população de cães domesticados do mundo, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais de Estimação (Anfal Pet). Os adoradores do animal chegam a pagar mais de R$ 1.000, dependendo da raça e do pedigree. O problema é que existem outros 20 milhões de cachorros que vivem nas ruas, segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde.
Amor
Atuante na causa há mais de 20 anos, Carla Roberta Magnani faz parte do Grupo SOS Bichos, uma união de protetores de animais de rua, e atua também na educação e conscientização pela guarda responsável de animais. O grupo está em vias de se tornar uma Organização Não Governamental (ONG), mas enquanto isso não acontece realiza trabalhos para cuidar de cães e gatos abandonados e, muitas vezes, doentes e feridos para, depois, encaminhá-los a um lar.
Carla conta que quando as pessoas tomam conhecimento da verdadeira situação de abandono de cães e gatos, a comoção muda a maneira de pensar. "Na maioria das vezes, as pessoas querem um determinado padrão de cão ou gato, mas ao se deparar com tantas opções para adoção, alguns critérios como sexo ou aparência física ficam de lado e uma pessoa que queria em princípio uma fêmea, pode adotar um macho", garante. De acordo com ela, a ONG só consegue ajudar os animais porque conta com a colaboração financeira e a dedicação de voluntários. A artista plástica Cecília Delfim, 49, se comoveu com a situação dos animais à espera de um lar e passou a integrar a ONG Cão Viver como voluntária. A artista ajuda no banho dos animais, limpeza do local e ajuda a cuidar dos cachorros doentes. Convivendo com mais de cem animais, a artista não resistiu à adoção. "Vi uma linda cadelinha marrom de olhos verdes dentro de uma gaiolinha separada, foi amor à primeira vista, como era fofa!", lembra.
A empresária Patrícia Carvalho recolhe animais na rua e, depois de castrar, vacinar e tratar possíveis doenças, disponibiliza os bichos para a adoção. Como nem sempre consegue lar para os peludos, Patrícia hoje possui seis cachorros em casa e conta com o apoio da mãe, Solange Carvalho, para resgatar e oferecer amor. "Todos os animais que estão conosco, tínhamos a intenção de arrumar um lar, como já fizemos com vários, mas como eles exigiram maior cuidado por estarem bastante doentes, ficamos com eles por mais tempo. Quando eles já estavam recuperados e saudáveis não tivemos coragem de colocar para adoção", conta.
Maus tratos
Amante de cães, a administradora de marketing Adriana Torres, 38, optou pela adoção de uma vira-lata que foi abandonada na porta da casa de uma amiga. A cadela Meg, que chegou subnutrida, com parasitas e triste, hoje tem dois anos e é a alegria da casa. "Aprendi que, assim como nós, o que vale é a essência desses seres, não a raça inventada pelo ser humano. Graças a Meg, hoje sou totalmente contra o comércio de animais, pois percebo que este é um dos maiores culpados pelo abandono e maus tratos que eles sofrem ao se tornarem objetos comercializáveis na visão das pessoas", garante.
A jornalista e publicitária Cláudia Amaral, 26, não estava pensando em adquirir um novo animal, já que possuía uma rotweiller, a Ghaya, mas o destino colocou à sua frente uma cena de abandono e crueldade. Realizando um trabalho em Lagoa Santa, Cláudia presenciou uma garota jogar um filhote de cachorro no bueiro. Correu para salvar o bichinho e acabou ficando com ele. "Passei o dia todo com a pequenina, dei água, dei um pouco de comida. A cachorrinha parecia ter alguns dias e estava muito fraca. A levamos ao veterinário e descobrimos que, além dos vermes e da desidratação, ela estava com uma anemia profunda", lamenta. Cláudia conta que ficou com a cadelinha, que foi adotada por toda a família, inclusive pela rotweiller. "Com tratamento, a Shiva está aqui em casa, saudável e sempre muito agitada", comemora.
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